quinta-feira, 18 de outubro de 2007

De ser a estar

Vontade do outro lado, anseio de infinito, desejo que me perpassa e me move em fazer novo tanto e quando houver algo que seja algo. Um constante desejo de ir além deste que é e passar a algo que, ainda existindo, já não mais se pode dizer "isto é". (talvez dizer que isto está) Andanças e fazeres infindáveis que não levam a lugar algum, mas permitem que se esteja a caminho. Em estar no caminho, fazer outrar-me deste ser não-coisa, do definido verdadeiro que progride para uma mais-definição, tornar-me puro outrar-se, em processo de coisificação, a caminho de uma totalidade para além de uma definição finda de si mesmo, enfim, não mais me repetir senão que em ser criação.

Outrar-se: v. intr. Intuir um si mesmo outro, advindo de sabe-se lá onde, de algum desses lugares que se não pode dizer mais do que 'outro'. Coisar-se, desnomear-se, dissolver-se em ínfimas sementes de potência infinita. Transmutar-se em mutação, criação permanente.


2 comentários:

Anônimo disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Anônimo disse...

limitar-se em definições
como: ser o que se é:
impróprio ao instinto mutante.
há transfusões
e demasiadas insubsistências
que a cada instante não pronunciado,
premeditado, já não se é mais
nada.
e se é tudo. e já é outro instante,
agora já limitado por ações não-suas.